LEGISLATIVO

Falta de motorista na Câmara pinheirense gera debate sobre independência de poderes 4i476l

Câmara ficou cerca de dois meses sem motorista Foto: Arquivo TP 1aq5p

Os vereadores de Pinheiro Machado estão ando por dificuldades de locomoção, especialmente para as viagens para fora da cidade. A Câmara até tem carro próprio, mas não tem motorista. Assim, ao longo dos anos, se tornou uma tradição o Executivo ceder um dos seus motoristas para o Legislativo conforme a necessidade.

Contudo, coincidência ou não, desde a rejeição de um projeto de lei de autoria da Prefeitura há cerca de dois meses, o qual tratava justamente da contratação de motoristas de forma emergencial, que a Câmara enfrenta problemas em obter liberação do profissional para dirigir o seu carro. Os vereadores e vereadoras têm dado um jeito, indo de carona ou pegando ônibus.

Na sessão desta semana, o vereador Jaime Lucas (MDB) assinalou que com diálogo, ele e a vereadora Vivi Alves (PP), construíram com o prefeito Ronaldo Madruga (PP) uma saída para o ime, quando, segundo Jaime, o chefe do Executivo garantiu novamente a cedência de motorista. Jaime ainda destacou que para uma viagem do vereador Mateus Garcia (PDT) na próxima semana, o prefeito cederá seu próprio motorista. Para Jaime, a proposta de contratação, seja via concurso ou processo seletivo, de um motorista exclusivo para a Câmara, geraria uma despesa desnecessária, pois, avalia ele, o profissional ficaria boa parte do tempo ocioso, já que as viagens do Legislativo são bem menos frequentes. “Construímos esta alternativa, embora eu respeite as demais propostas. Talvez seja pouco o que vamos economizar, mas o município já ou por uma tragédia financeira. São R$ 40 mil por ano e R$ 160 mil em quatro anos. Muito remédio que não tem na farmácia básica poderá ser comprado. E isso se chama economia. O prefeito acertou com a gente e temos um concurso público na porteira”, assinalou.

Em ato contínuo, a vereadora e colega de partido de Jaime, Samanta Rochel, assinalou que o debate sobre o motorista não se encerrava e deveria ser feito na Casa. “Até porque a gente foi punido por ter votado contra um projeto. Acho que quem tem que tomar a decisão (sobre a contratação ou não do motorista) somos nós os vereadores. O Executivo toma a decisão lá e nós aqui. Se for para a gente sempre ficar na mão do Executivo toda a vez que for dar contra um projeto, eu prefiro ter o meu motorista e ceder para ele e não ele para mim”, rebateu.

O vereador André Azambuja (PDT) também usou a tribuna para falar do assunto. “Até havia criticado o meu colega Mateus (Garcia) por ter usado o termo retaliação, mas se não houve concurso e o número de motoristas é o mesmo, fica claro a retaliação. Porque não estamos querendo gastar mais, mas sim ter independência. Por causa de um voto aqui, fomos cortados de motorista. Que bom que se acertou, mas, como disse a vereadora Samanta, temos que conversar sobre o assunto. Imagina toda vez que vamos fazer um voto, nos sentirmos pressionados pelo Executivo”, ponderou.

Ainda usando a tribuna, o vereador Mateus Garcia (PDT), comemorou a decisão do Executivo sobre a situação e disse que houve maturidade. “Foi uma birra, mas já ou. Tomara que tenha um documento dizendo que independente do projeto que é votado, a Câmara sempre tenha motorista”, afirmou.

O jornal contatou o presidente da Câmara, vereador Rogério Moura (Republicanos), para saber qual será a atitude da direção do Legislativo em relação ao assunto. Rogério foi enfático em dizer que a situação já está resolvida e que acredita na palavra do vereador Jaime, da vereadora Vivi e do prefeito Ronaldo. Neste sentido deixou claro que a questão do motorista seguirá como sempre foi, ou seja, sendo cedido à Câmara pelo Executivo. “A gente tem que ter muito zelo pelo dinheiro público. Como vou contratar ou fazer um concurso para motorista? Todos sabem que a ocupação do motorista aqui na Câmara é mínima. Esse assunto está resolvido já”, disse, lembrando que tem um projeto de lei tramitando para a criação da vaga de motorista no Legislativo, porém não haverá por ora essa contratação ou concurso para isso.

 

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