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A Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) divulga desde 2008, o Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal (IFDM), composto por análises nas áreas de Saúde, Educação e Emprego e Renda.
Apesar do avanço das cidades brasileiras na última década, o IFDM aponta que 47,3% delas (2.625) ainda têm desenvolvimento socioeconômico baixo ou crítico (249). Na região, com exceção de Bagé e Aceguá – que têm desenvolvimento moderado no geral, as demais cidades estão com índice baixo. No Brasil são 57 milhões de pessoas vivendo nessa situação e na região pouco mais de 54,7 mil habitantes.
O estudo divulgado agora em 2025 se refere aos números apurados em 2023. Em 2026 serão divulgados os números de 2024 e assim por diante.
METODOLOGIA
Criado em 2008 e atualizado neste ano com nova metodologia, o estudo varia de 0 a 1 ponto, sendo que quanto mais próximo de 1, maior o desenvolvimento socioeconômico. Através dessa pontuação, é possível avaliar o município de forma geral e específica em cada um dos indicadores. Tanto a avaliação geral quanto as análises dos indicadores são classificadas em quatro conceitos: entre 0 e 0,4 – desenvolvimento crítico; entre 0,4 e 0,6 – desenvolvimento baixo; entre 0,6 e 0,8 – desenvolvimento moderado; entre 0,8 e 1 – desenvolvimento alto. O estudo permite, ainda, avaliação absoluta por município e ano e comparações entre cidades e anos anteriores.
EVOLUÇÃO
A análise mostra que 99% dos municípios registraram avanço no índice geral entre 2013 e 2023. Com isso, a pontuação média brasileira no estudo é de 0,6067 ponto, referente a desenvolvimento moderado. As três vertentes do índice contribuíram para esse avanço, ainda que em ritmos distintos.
O IFDM Educação teve o maior crescimento (+52,1%), ando de 0,4166 ponto em 2013 – quando era a variável com pior pontuação – para 0,6335 em 2023, tornando-se o componente de melhor desempenho. O IFDM Saúde registrou o segundo maior avanço (+29,8%), aumentando de 0,4626 ponto para 0,6002. Já o IFDM Emprego & Renda foi o que menos evoluiu (+12,1%), mesmo com a forte recuperação pós-pandemia. Essa trajetória de desenvolvimento disseminado resultou em redução de 87,4% no número de municípios com desenvolvimento crítico, que ou de 1.978 em 2013 para 249 em 2023.
Na região também há avanços de 2013 para cá, porém como os números são ruins, os municípios não conseguiram evoluir e sair, na sua grande maioria, do desenvolvimento baixo. A cidade que mais teve crescimento em termos percentuais nos últimos 10 anos no IFDM foi Herval, com evolução de 33,8%, mas por outro lado, o município ainda tem o pior desempenho regional. A que menos evoluiu no índice geral foi Candiota, com um crescimento de apenas 0,3% na última década. A liderança geral é de Bagé.
No Emprego e Renda, Aceguá alcançou a maior evolução de 2013 até 2023, com 18%, também liderando regionalmente este quesito com desenvolvimento alto. Candiota foi a única a ter involução neste item, com queda de 4,1%.
No quesito Educação, o maior avanço regional foi de Hulha Negra, com 52,5%, saindo do desenvolvimento crítico (de 0,2135 em 2013 para 0,4500 em 2023). O pior desempenho é de Herval, evoluindo 15,5%. O município que lidera com o melhor índice na Educação em 2023 é Piratini, no patamar classificado de moderado.
Na avaliação em Saúde, Herval lidera a evolução na década, com 59,7%, tendo saído do crítico para o moderado (0,2539 para 0,6303). Pedras Altas involui, tendo queda de 3,8%, mas assim mesmo lidera na Saúde em 2023, com desenvolvimento moderado nesta área.
PRINCIPAIS PROBLEMAS
A Firjan divulgou os principais problemas encontrados nos municípios brasileiros em cada área. Na Educação o que mais pesa para frear o desenvolvimento, segundo o estudo, e a falta de professores. Contudo, o item se destaca como a área com maior número de municípios em patamares mais elevados de desenvolvimento. No país, 56,1% das cidades (3.113) registram desenvolvimento moderado, enquanto 7,2% (401) têm alto desenvolvimento. Ainda assim, desafios persistem, pois 32,5% (1.806) permanecem na faixa de baixo desenvolvimento (caso da região) e 4,1% (230) apresentam cenário crítico.
Na Saúde, o principal problema detectado é a falta de médico nos municípios brasileiros. A maioria no Brasil apresenta desempenho moderado nesta área. Do total analisado, 53,2% (2.961) registram pontuações entre 0,6 e 0,8 no indicador, que é caso de Pedras Altas, Herval, Pinheiro Machado e Piratini. Por outro lado, 39,1% das cidades (2.179) permanecem em situação de baixo desenvolvimento, caso na região de Bagé, Aceguá, Hulha Negra, Dom Pedrito e Candiota. Nos extremos, 5,8% (323) registram desempenho crítico e apenas 1,9% (107) tem alto desenvolvimento. Vale lembrar, que houve evolução na década na região, pois em 2013, cinco municípios estavam na situação crítica.
A baixa diversidade econômica – nos municípios críticos, quase sete em cada 10 empregos formais são na istração pública, é o principal problema entre entre os municípios brasilero IFDM Emprego e Renda em 2023.
A distribuição dos municípios brasileiros por nível de desenvolvimento do IFDM Emprego & Renda em 2023 revela cenário contrastante. Enquanto 20,3% das cidades têm alto nível de desenvolvimento nessa dimensão — a maior proporção entre as três vertentes do IFDM —, ainda há desafios significativos: um em cada quatro (25,2%) municípios apresenta um mercado de trabalho em condição crítica.
Para saber mais sobre o estudo, o leitor pode ar os links abaixo, clicando na consulta geral ou no município:
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